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sábado, 14 de maio de 2011

Errante


                                                                            Wellington Antônio Aguiar


Hoje,
Acredito em espera.
Quem me dera,
Acreditasse antes.

Migalhas de tempo
Não são mais gigantes.
A ânsia ainda compassa
Meu arfar errante
E solta nós de barbante.

Sem vento,
Meu barco vai.
A vela não infla
E, mesmo assim,
Eu vou lá...
Lá vou eu...
Meu barco não para,
Enfim.

Medo valente


                                              Wellington Antônio Aguiar
Duas vezes sem ser
Uma noite sem cor
Dois sonhos sem pudor
Uma asa de  pena
Tem pena da asa
Que nem sabe voar
Pousa em ternura
Galhos de amargura
Afoga-se  em suor
Valente, cisma com o dia
Espera a noite para gritar
Na ânsia, de novo o rancor
Esconde a espera no ar
Cale-se! É hora da dor
Sopra, cuida do peito
Alisa saudade,  esse pelo
Mira um só olho no amor

terça-feira, 10 de maio de 2011

Diáfana

                                Wellington Antônio Aguiar

Deus, é assim que desejo,
Vejo, almejo esse amor.
Mas, lá está
Disperso no ar,
A me rodear,
Sem nunca tocar.

Busco uma figura humana
Pra vestir tal diáfana
Esse amor encarnar

Tenho o quis
Tenho o sim
Tenho não
Tenho o ai de prazer

Tenho o fiz
Tenho o fim
Tenho o chão
Tenho o que hei de fazer?

Quem trouxe esse amor
No meu ser misturou
Dando único sabor
A tudo isso que sou?

Me deu tontura de amar
A secura de arfar
No meu suor se embebeu
Ais de gozo, gozo a mais
Na distância se faz
Não houve sequer um adeus

Silêncio que fere
Não conta o porquê
Chegue e altere
Todo o meu padecer

A saudade me enlaça
Sua faca trespassa
Esse meu bem querer

Saudade espessa
Da minha dor inquilina
A solidão se confessa
E mesmo que acabe, essa dor não termina

Tenho o quis
Tenho o sim
Tenho o não
Tenho o ai de prazer

Tenho o fiz                   
Tenho o chão
Tenho o fim                               
Tenho o que hei de fazer?