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segunda-feira, 12 de setembro de 2011


NENA

                                                                  Wellington Antônio Aguiar

Sabiá não cantou triste.
Meu peito entristeceu a cantiga.
Era um sinal: houve a partida.
Sabiá não canta a dor.
Canta a estação. Qual?
A primavera de cada dia,
A mão trazendo a fruta.
Sabiá não cantou adeus pra mão amiga.
Fiz do seu canto ausência.
Agora, raiz em mim.
As sombras das copas do quintal
Estão tão noites... Não olho mais.
Preciso de uma estrada longa.
Sabiá, não cante assim.
O vento sopra,
Emprenha a vela,
Meu barco não vai.
Estarei outra vez ao teu lado?
A eternidade é logo ali...
Tantos filmes pra ver,
De livros pra falar.
Tem outro alguém no mundo
Com “Dos Gardenias” para mim,
Na minha chegada?
Quer saber, sabiá, cante!
Ainda que seja só inveja
Da curruíra que ganhou
Chalé só dela na parede da varanda.
Cante, sabiá, cante!
Não a dor que sinto.
Cante pela noite que chegou,
Sem que o dia se acabasse.

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